Conto de Natal do Capitão Tutano
Todo super herói que se preze deve ter um especial de Natal
É véspera de Natal. Capitão
Tutano está em seu QG, que para quem não sabe fica em um quarto no Bar do Seu
Joaquim.
- Capitão! Podes vir aqui no bar,
por favor? – Chama Seu Joaquim do balcão do bar com seu habitual sotaque Português.
Capitão chega ao bar que ainda
está fechado e percebe que Seu Joaquim está vestido de Papai Noel.
- Que é isso, Seu Joaquim? Vai
decorar o bar pro Natal? – Pergunta o Capitão.
- Nada disso, todo ano me ponho
estas roupas e vou trabalhar no Shopping -
Responde Seu Joaquim enquanto arruma a barba falsa sobre seu bigode.
- O que? O Senhor de Papai Noel?
Um Papai Noel Português? – Diz Capitão surpreso.
- Oras pois, é só um trabalho.
Tento ganhar um extra nesta data, que mal há? Agora deixas de conversa e vai
abrir as portas pois tu vais tomar conta do bar já que minha esposa viajou.
- Opa! Como assim? Eu nunca fiz
isso antes. E mais, quem vem aqui beber em pleno Natal? – Indaga o Capitão.
- Oras, não há segredo nisso. É
só por as bebidas nos copos e pegar o dinheiro. E vem muita gente aqui sim.
Você nem imagina quantos solitários sem família vem afogar as magoas aqui no
Natal.
- Agora te põe a trabalhar pois
já é noite e os copos não se colocam sozinhos. – Diz Seu Joaquim empurrando
Capitão para trás do balcão.
Assim Seu Joaquim sai para fazer
seu bico no Shopping enquanto Capitão olha para a estante de bebidas pasmo com
uma mão na cabeça e sem ideia do que fazer.
O bar abre e bar e como disse o
português muita gente chegava a toda hora. Capitão se virava pra dar conta de
tudo, mas se enrolava até mesmo com os nomes das bebidas.
Nesse momento Trixie, a namorada
roqueira, gótica e motoqueira do Capitão chega.
- Oi Caps, tá fazendo o que aqui
no balcão? Cadê o Seu Joaquim?
- Oi Trix, hoje eu tomando conta,
Seu Joaquim foi trabalhar no shopping como Papai Noel – Reponde o Capitão
enquanto tanta encher um copo de cachaça com uma mão e varrer o vidro de um
copo quebrado no chão com a outra.
- O que? Como assim? Um Papai Noel
português? Nossa, como eu queria ver isso!
- Mas o que você veio fazer aqui
hoje, não devia estar com a família? – Pergunta Capitão enquanto passa um pano
no balcão.
- Hum, é uma longa história.
Preferi dar uma chegada aqui pra gente sair por ai... – Responde Trixie um
pouco desconsertada com a pergunta.
- Então por que você não fica
aqui pra me dar uma força aqui. - Pergunta Capitão enquanto tira uma garrafa de
debaixo do balcão.
- Hum... talvez, isso pode
significar umas bebidas grátis? – Pergunta Trixie se debruçando apoiando sobre
os braços no balcão.
- Ai vai depender de como você
vai trabalhar- Responde Capitão com uma mão sobre a garrafa.
- Ok. Mas só pra te avisar que
essa garrafa ai não é de bebida, isso é limpa vidro.
- Ops! – Diz capitão recolocando
a garrafa sob o balcão.
Assim os dois começam a trabalhar
para atender os clientes. Capitão fica no bar e Trixie servindo as mesas.
Enquanto isso no shopping Seu Joaquim já trabalhava como
Papai Noel. Ele está sentado na cadeira do bom velhinho e recebendo as
crianças. Na fila os pais comentam sobre o peculiar Papai Noel.
- Não é um pouco estranho esse Papai Noel – Fala um pai que
está na fila.
- Ele é um pouco carrancudo, mas fora isso não vejo nada de
mais – Responde a esposa.
A conversa logo acaba
pois a fila anda e chega a vez do casal. O filho deles se aproxima para falar
com o Papai Noel.
- Opa, venha cá pequenino. Te comportares bem esse ano? O
que queres de presente nesse natal? – Disse o Seu Joaquim para o garotinho.
O pai olha espantado para mãe e comenta baixinho.
- É ... é um Papai Noel português?
- Eu acho que sim.
Assim Seu Joaquim segue recebendo as crianças. Quase é
possível ver um sorriso em seu rosto, mas é possível perceber que o velho
lusitano se sente bem naquele trabalho. Pelo menos em uma noite o português
carrancudo dono de um bar está verdadeiramente feliz.
De volta ao bar Capitão e Trixie seguem atendendo clientes. Até
que mais um amigo chega.
- Capitão, Trixie! Feliz Natal gente! – Fala Eduardo, mais
conhecido como o The Click.
- Oi, até você por aqui hoje, cara? Não vai passar com a
família? – Pergunta Capitão.
- Já vim de lá, e agora vim ver vocês que são minha segunda
família. – Diz Eduardo enquanto tira uma
foto dos dois com o celular.
- Ow!! Ele acha que somos uma família! Se formos uma você
seria o tio do pavê. – Fala Trixie em um tom irônico.
- Haha! Boa. Mas e ai, por que vocês está aqui atendendo,
cadê o Seu Joaquim? – Pergunta Eduardo enquanto olha para os lados.
- Ele arrumou um bico de Papai Noel no Shopping. – respondeu
Capitão enquanto pegava mais um pedido.
- O que? Um Papai Noel português? Essa eu queria ver! – Fala
Eduardo.
Então Eduardo se junta aos dois e trabalha no bar naquela
noite.
As coisas vão bem, todos os clientes são atendidos e vão
embora. Chega a hora de fechar.
- Foi uma longa noite, mas finalmente terminou. Vou começar
a guardar as garrafas... ops!
Acidentalmente Capitão derruba um copo de álcool em si mesmo
quando arrumava um mesa.
Nesse momento algo acontece. A bebida causa uma estranha
reação no Capitão. Ele fica inconsciente e ao seu redor uma fumaça negra se
forma. Ela vai se movendo e formando um tornado que vai crescendo dentro do
bar.
Trixie e Eduardo estão surpresos e se escondem embaixo de
uma mesa.
- Você já viu isso acontecer alguma vez? – pergunta Trixie.
- Nunca, ele é um cara muito misterioso. – responde Eduardo.
- Acho que por isso nunca vi ele bebendo. Temos que fazer
alguma coisa ou vai destruir o bar. – fala Trixie pensando em alguma solução.
- Não faço ideia. – fala Eduardo já gritando por conta do
barulho cada vez mais alto do furacão.
A garota então resolve improvisar. Trixie se agacha e vai
até o bar e pega a garrafa de café.
- Me dá cobertura. – fala ela saindo do balcão com a garrafa
na mão.
- Que?! Grita Eduardo sem entender o que ela faria.
Trixie consegue seguir o fluxo de ar do mini tornado e
quando fica de frente pro Capitão joga o café da garrafa encima dele.
Assim que o café toca o corpo do Capitão o tornado começa a
desaparecer e Capitão cai ainda desacordado.
- Caramba, esse Capitão é um cara cheio de mistérios mesmo. –
Diz Eduardo enquanto sai de debaixo de uma mesa.
Depois de algum tempo Capitão finalmente desperta. Ele está
deitado no chão e Edu e Trixie estão do lado dele.
- O que aconteceu? Por que estou sujo de café? – Capitão
pergunta meio atordoado.
Trixie e Edu se entreolham.
- Vai dizer que você não lembra de nada? Poxa, que coisa
mais clichê! – Fala Trixie.
- Cara, foi demais! Quando o álcool te atingiu você começou
a criar um furacão sinistro que ia crescendo cada vez mais! – Diz Edu
empolgado.
- Mas e o café? – Pergunta Capitão pegando em sua roupa suja
e ainda molhada.
- Ela jogou em você e te fez volta ao normal. Como você sabia
disso, Trixie? – Pergunta Edu.
- Café corta o efeito da bebida, pelo menos pra mim. Não
custava tentar. – Responde Trixie enquanto coloca o resto do café na garrafa em
um copo.
- Poxa. E eu nem lembro de nada. Tem muita coisa sobre mim
que ainda não sei. – Diz Capitão enquanto se levanta.
Capitão olha em volta e vê todas as mesas viradas e fora do
lugar. Garrafas e copos espalhados pelo chão.
- Minha nossa! Olha que bagunça! Seu Joaquim vai matar a
gente quando ver isso! – Exclama o Super herói com as mão na cabeça.
Nesse momento a porta do bar se abre a entra Seu Joaquim
vestido de Papai Noel.
Capitão está super nervoso e se treme todo. Edu tenta
disfarçar chutando algumas garrafas para debaixo de uma mesa. Trixie senta em
uma cadeira e toma seu café como se nada estivesse acontecendo.
- Ora pois, vocês ainda aqui numa hora destas? Vou deitar, o
dia foi longo. Feliz Natal, jovens! – Disse Seu Joaquim indo em direção a sua
casa e sem ligar para a bagunça do bar.
Os três amigos ficam sem entender.
- Ué? O que aconteceu com ele? Nem parece o portuga
rabugento que a gente conhece – Fala Edu muito confuso.
- Ele virou mesmo o bom velhinho – Responde Trixie.
- Bom, vamos arrumar isso aqui pois acho que esse bum humor
dele acaba no natal. – Fala Capitão já colocando as mesas no lugar.
- Ok, mas sem derrubar nenhuma garrafa, não estou afim de
fazer mais café.
Os três riem.
- Mas é sério, nada de mais furacões malignos nesse Natal.
E assim termina o estranho conto de natal do Capitão Tutano.
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Fim
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